Espaço Aberto

Espaço Aberto

Nos meses de abril e início de maio tivemos os Espaços Abertos para as turmas de Educação Infantil. Trata-se de uma Reunião de Pais, que tem como objetivo aprofundar as rotinas e a proposta pedagógica de cada grupo na Catavento.

“Boa tarde! Gostaria de agradecer, a reunião ontem foi ótima! Beijos, Pilar.” (Pilar, mãe do Ronaldo do Grupo 1)

Oi, Bruna! Gostei muito da reunião de ontem! A escola, e principalmente você, estão de parabéns! Fico muito satisfeita de ver a evolução do Lucas, e ontem entendi muitas das mudanças dele em casa. Vocês são 10! Obrigada por cuidar tão bem do meu filho! Bjs, Lívia.” (Lívia, mãe do Lucas Gomes do Grupo 1)

“Bom dia! Mais uma vez Parabéns pela reunião. Voltei para casa “babando” por ver claramente o desenvolvimento do Thiago ao longo do trabalho desenvolvido pela escola. E por ter participado um pouco mais da rotina dele. Fica mais claro para entender toda a proposta da escola quando a vemos na prática.” (Patrícia, mãe do Thiago do Grupo 2)

“Bom dia! Mais uma vez Parabéns pela reunião. Voltei para casa “babando” por ver claramente o desenvolvimento do Thiago ao longo do trabalho desenvolvido pela escola. E por ter participado um pouco mais da rotina dele. Fica mais claro para entender toda a proposta da escola quando a vemos na prática.”

Patrícia

mãe do Thiago do Grupo 2

“Muito produtiva a reunião. Pena que tive que sair mais cedo.” (Bruna, mãe do Pedro do Grupo 2)

“Gostei imensamente da reunião de ontem. Valeu muito a troca!” (Cristine, mãe do Antonio do Grupo 2)

“Estamos recebendo com entusiasmo e encanto todas as novidades envolvendo a Olimpíada dos alimentos e também do aprendizado em geral. Amelie conta tudo com imensa alegria! Parabéns, Equipe Catavento! Bjos, Gisely e Gabriel” (Gisely e Gabriel, pais da Amelie do Grupo 2)

Compartilhamos abaixo os links dos vídeos apresentados e aprofundados com os pais e texto sobre Letramento discutido no Grupo 2:

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL  – Magda Soares

Revista Pátio Educação Infantil – Ano VII – Nº 20 – Oralidade, alfabetização e letramento – Jul/Out, 2009  ArtMed.

ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Curiosamente, atividades bastante comuns na educação infantil – os rabiscos, os desenhos, os jogos, as brincadeiras de faz-de-conta – não são consideradas atividades de alfabetização, quando representam, na verdade, a fase inicial da aprendizagem da língua escrita, constituindo, segundo Vygotsky, a pré-história da linguagem escrita: quando atribui a rabiscos e desenhos ou a objetos a função de signos, a criança está descobrindo sistemas de representação, precursores e facilitadores da compreensão do sistema de representação que é a língua escrita.
A vivência de representações semióticas, não propriamente linguísticas, são um primeiro passo em direção à representação da cadeia sonora da fala pela forma gráfica da escrita. Uma lata de sardinha que se torna um signo de representação de um trem é, na interpretação de Vygotsky (1984), uma operação cognitiva precursora e preparatória do mais complexo e abstrato processo de atribuição de signos aos sons da fala, ou seja, do processo de conceitualização da escrita como um sistema de representação.
Essa fase, considerada a pré-história da escrita, explica por que a criança pequena supõe estar escrevendo quando está desenhando ou quando está fazendo rabiscos e garatujas, nesse caso muitas vezes tentando imitar a escrita cursiva dos adultos, o que já representa um avanço em seu processo de alfabetização – um reconhecimento da natureza arbitrária da escrita. É o primeiro nível, entre os níveis por que passam as crianças em seu processo de conceitualização do sistema alfabético, identificados tão claramente por Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (2001): níveis icônico e da garatuja, pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.
Quase todos esses níveis, se não todos, ocorrem, ou podem ocorrer, na educação infantil: lembremos que Ferreiro e Teberosky identificaram os níveis investigando comportamentos de crianças de 4, 5 e 6 anos. Como comprovam inúmeras pesquisas e observações em instituições de educação infantil, as crianças de 4 e 5 anos, com raras exceções, evoluem rapidamente em direção ao nível alfabético se são orientadas e incentivadas por meio de atividades adequadas e sempre de natureza lúdica, característica necessária na educação de crianças pequenas: escrita espontânea, observação da escrita do adulto, familiarização com as letras do alfabeto, contato visual frequente com a escrita de palavras conhecidas, sempre em um ambiente no qual estejam rodeadas de escrita com diferentes funções: calendário, lista de chamada, rotina do dia, rótulos de caixas de material didático, etc.
Mesmo atividades muito presentes na educação infantil, via de regra consideradas apenas por sua natureza lúdica – a repetição de parlendas, a brincadeira com frases e versos trava-línguas, as cantigas de roda, a memorização de poemas -, são passos em direção à alfabetização porque, se forem orientadas nesse sentido, desenvolverão a consciência fonológica, um aspecto fundamental para a compreensão do princípio alfabético: se o sistema alfabético representa os sons da língua, é necessário que a criança torne-se capaz de voltar sua atenção não apenas para o significado do que fala ou ouve, mas também para a cadeia sonora com que se expressa oralmente ou que recebe oralmente de quem com ela fala; que perceba, na frase falada ou ouvida, os sons que delimitam as palavras, em cada palavra, os sons das sílabas que constituem cada palavra, em cada sílaba, os sons de que são feitas.
Várias pesquisas comprovam a correlação entre consciência fonológica e progresso na aprendizagem da leitura e da escrita. Portanto, jogos voltados para o desenvolvimento da consciência fonológica, se realizados sistematicamente na educação infantil, criam condições propícias e, inclusive, necessárias para a apropriação do sistema alfabético.

Letramento na educação infantil

A leitura frequente de histórias para crianças é, sem dúvida, a principal e indispensável atividade de letramento na educação infantil. Se adequadamente desenvolvida, essa atividade conduz a criança, desde muito pequena, a conhecimentos e habilidades fundamentais para a sua plena inserção no mundo da escrita.
Por um lado, esta é uma atividade que leva a criança a se familiarizar com a materialidade do texto escrito: conhecer o objeto livro ou revista, descobrir que as marcas na página – sequências de letras – escondem significados, que textos é que são “para ler”, não as ilustrações, que as páginas são folheadas da direita para a esquerda, que os textos são lidos da esquerda para a direita e de cima para baixo, que os livros têm autor, ilustrador, editor, têm capa, lombada… Por outro lado, a leitura de histórias é uma atividade que enriquece o vocabulário da criança e proporciona o desenvolvimento de habilidades de compreensão de textos escritos, de inferência, de avaliação e de estabelecimento de relações entre fatos. Tais habilidades serão transferidas posteriormente para a leitura independente, quando a criança tornar-se apta a realizá-la.
Naturalmente, para que a leitura oral de histórias atinja esses objetivos, não basta que a história seja lida. É necessário que o objeto portador da história seja analisado com as crianças e sejam desenvolvidas estratégias de leitura, tais como: que a leitura seja precedida de perguntas de previsão a partir do título e das ilustrações; que seja propositadamente interrompida, em pontos pré-escolhidos, por perguntas de compreensão e de inferência; que seja acompanhada, ao término, por confronto com as previsões inicialmente feitas, por meio da avaliação de fatos, personagens, seus comportamentos e suas atitudes.
Outros gêneros de textos também devem ser objeto de leitura do adulto para as crianças: textos informativos (que podem ser lidos em busca de conhecimentos que as crianças revelem não ter, mas desejam adquirir), textos injuntivos (que orientam a prática de jogos e os comportamentos), textos publicitários, textos jornalísticos, histórias em quadrinhos, etc. Ou seja, na educação infantil, a criança pode e deve ser introduzida a diferentes gêneros, diferentes portadores de textos. Além disso, pode-se levá-la a identificar o objetivo de cada gênero, o leitor a que se destina, o modo específico de ler cada gênero.
Do mesmo modo, atividades de letramento com a escrita podem e devem ter presença frequente na educação infantil. A todo momento, surgem oportunidades de registrar algo como apoio à memória, de ditar para o adulto uma carta que se quer enviar a alguém, de construir um cartaz sobre um trabalho desenvolvido. Enfim, são inúmeras as situações que podem ser aproveitadas para que as crianças percebam a função da escrita para fins diversos e a utilizem em práticas de interação social.

Integrando alfabetização e letramento
A discussão sobre alfabetização e letramento em dois tópicos, como feito neste artigo, pode suscitar a ideia de que são componentes da introdução da criança no mundo da escrita a serem desenvolvidos separadamente. Contudo, não deve ser assim. Embora as atividades de alfabetização e letramento diferenciem-se tanto em relação às operações cognitivas por elas demandadas quanto em relação aos procedimentos metodológicos e didáticos que as orientam, essas atividades devem desenvolver-se de forma integrada. Caso sejam desenvolvidas de forma dissociada, a criança certamente terá uma visão parcial e, portanto, distorcida do mundo da escrita.
A base será sempre o letramento, já que leitura e escrita são, fundamentalmente, meios de comunicação e interação, enquanto a alfabetização deve ser vista pela criança como instrumento para que possa envolver-se nas práticas e usos da língua escrita. Assim, a história lida pode gerar várias atividades de escrita, como pode provocar uma curiosidade que leve à busca de informações em outras fontes; frases ou palavras da história podem vir a ser objeto de atividades de alfabetização; poemas podem levar à consciência de rimas e aliterações. O essencial é que as crianças estejam imersas em um contexto letrado – o que é uma outra designação para o que também se costuma chamar de ambiente alfabetizador – e que nesse contexto sejam aproveitadas, de maneira planejada e sistemática, todas as oportunidades para dar continuidade aos processos de alfabetização e letramento que elas já vinham vivenciando antes de chegar à instituição de educação infantil.

Magda Soares é doutora em Educação e professora da Faculdade de Educação da UFMG.
mbecker.soares@terra.com.br

http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/principio-nome-422885.shtml

 

NO PRINCÍPIO, É O NOME

Jogos e listas que usam como base o nome próprio são uma ótima estratégia para iniciar a alfabetização na pré-escola

            A turma de 4 anos da EM Presidente Médici, em Itaetê, a 407 quilômetros de Salvador, está dando os primeiros passos no processo de alfabetização. O trabalho, apoiado nas descobertas da psicogênese (o estudo da origem e do desenvolvimento da escrita), usa o nome próprio como ponto de referência para que as crianças confrontem suas idéias sobre a língua escrita. Além de identificar as pessoas e ser a palavra mais conhecida pelos pequenos, o nome é um modelo que fornece informações a criança sobre as letras e sua quantidade, variedade, posição e ordem, diz a educadora argentina Ana Teberosky no livro Psicopedagogia da Linguagem Escrita. Dominar o próprio nome, o dos colegas e o dos familiares é abrir caminho para conhecer o alfabeto completo.

            Uma das atividades mais eficientes é o uso de listas. Mas, para que elas contribuam para o aprendizado, é preciso que levem as crianças a comparar e relacionar a escrita de seu nome com a dos colegas. Há várias formas desafiadoras de fazer isso: procurar o próprio nome na hora da chamada, encontrar os aniversariantes do mês, separar nomes de meninos e meninas. Em Itaetê, a opção da professora Isana da Silva Landulfo foi desenvolver uma atividade de leitura e escrita de nomes. A tarefa, que começa com a leitura do nome de um amigo, termina com algumas crianças escrevendo o próprio nome sem a ajuda de modelos. Além da orientação da professora, os pequenos contam com um alfabeto acima do quadro, letras móveis e fichas com os nomes completos.

2016-05-09T03:16:18+00:00 9 de maio de 2016|Categories: Ed. Inf., Reunião de Pais|Tags: , , , , , |