Espaço Aberto Ens Fundamental

Espaço Aberto Ens Fundamental

No dia 17 de março, recebemos as Famílias para o 1º Espaço Aberto do Ensino Fundamental em 2014.

Neste encontro, abordamos as rotinas pedagógicas e os conteúdos do 1º período, além de um tema de interesse para cada faixa etária:

  • 1A – O Método Natural de Alfabetização
  • 1B e 1C – Hora de Estudar
  • 2A e 2B – A Chegada da Puberdade

Agradecemos a presença e participação dos responsáveis.

Os textos seguem abaixo para leitura dos pais que não puderam comparecer.

Turma 1A

ALFABETIZAÇÃO NATURAL

Os estímulos à pré-leitura podem começar muito cedo. Na verdade, até as conversinhas da família com o seu bebê, podem ser consideradas o ponto inicial para o desenvolvimento da sua linguagem. Contar histórias para ele, anotar o seu nome em seus materiais, escrever à sua frente são outras condutas que abrem o mundo infantil para o mundo da linguagem escrita e são realizadas sem nenhuma formalidade, sem precisar de uma cartilha.

Na pré-escola essas experiências precisam se ampliar de forma a envolver gradativamente o aluno no mundo da palavra escrita. Esse processo pode ser natural a ponto de levar as crianças a descobrirem a leitura, dentre livros, jogos e brinquedos, sem se aperceberem que tudo possa ter sido planejado pelo seu educador, com o sentido de ensiná-lo a ler. Não há um momento definido como sendo o melhor para o início da estimulação para a leitura. Acredito que se as atividades propostas forem adequadas à idade do educando e, principalmente, do seu interesse comprovado, o processo pode se iniciar aos cinco, aos seis, aos sete ou oito anos ou, até mesmo, na juventude ou idade adulta. Tudo vai depender da necessidade, da oportunidade e da legislação vigente.

Numa turma de crianças de seis ou sete anos, esta mesma fase da pré-leitura costuma durar em torno de dez a doze semanas, tempo semelhante ao do adulto analfabeto motivado. Tendo sido o processo iniciado em fevereiro, em maio já estarão entrando na fase da análise e, em final de julho, 70% da turma provavelmente estará lendo sozinha. O alfabetizador para ser bem sucedido tem que ter sensibilidade e autonomia, para ajustar o processo de estimulação ao comportamento demonstrado por seus alunos. Tentar forçar a turma a se ajustar a um processo com tempos predeterminados é absolutamente incompreensível, tanto para acelerá-lo como para alongá-lo indefinidamente. As propostas só poderão ser estimulantes quando oferecerem um grau adequado de desafio ao aluno, que resulte em busca de soluções e ajuste, baseado na construção de novos conhecimentos.

As primeiras semanas se caracterizam pela escolha e estudo de palavrinhas, com a qual poderão ler frases e pequenos textos e formar frases no sentenciador. Assim que a escrita tiver sido introduzida, o aluno também deverá ser levado a escrever frases, utilizando o processo de cópia e/ou de escrita espontânea revista pelo professor. Se atentarmos para o objetivo desta fase, como sendo o de memorização de um vocabulário visual, podemos compreender que, quanto maior for o numero de cópias feitas, maior será a possibilidade e retenção, na memória, de cada um dos detalhes específicos de uma palavra conhecida. Para se chegar a um bom termo, no entanto, será preciso incentivar a escrita constante e fazer a verificação, confrontando a escrita da criança com a grafia correta da  palavra que foi copiada.

Ao final desta fase, o aluno deverá ser capaz de ler pequenos textos de no mínimo três linhas, com compreensão, formados com 35 ou 40 palavras do vocabulário básico, e de escrever duas ou três frases com este vocabulário memorizado. A pontuação e o uso das letras maiúsculas deverão estar integradas ao processo, tanto de reconhecimento e compreensão, quanto de escrita na composição de frases.

A estimulação da fase da Leitura Real compreende três tipos ou níveis de atividades de estimulação, que podem se caracterizar como subfases, que são consecutivas e se completam. Alguns alunos descobrem a leitura, mal se iniciam as atividades de estimulação do primeiro nível: a análise estrutural, audiovisual, da palavra inteira, que consiste numa leitura lenta, acompanhada da produção dos respectivos sons, também conhecida como PREGUICINHA. A maioria dos alunos, no entanto, precisará que se associem a estes estímulos, de primeiro nível, outros, que os levem a transformar um processo exclusivamente analítico estrutural, num processo analítico e comparativo, conhecido como CAÇADA. Este processo de estimulação faz com que, em poucos dias, a grande maioria da turma esteja lendo. Ficarão sem ler alguns alunos que vão precisar de outro nível de estímulos, que provoque neles a descoberta do efeito da comutação de sons, realizada pelo BLOQUINHO MÁGICO. Contudo é importante alertar para o fato de que a introdução de um nível de estímulos não suprime os anteriores; eles se completam na sequência descrita: preguicinha, caçada e bloquinho mágico.                                                                                                                                                                                        Gilda Rizzo – Alfabetização Natural

                                                     Ed. Bertrand Brasil

Turmas 1B & 1C

HORA DE ESTUDARESTUDANDO SOZINHO EM CASA

Estudo é essencial e obrigatório. Portanto, não cabe negociação. Talvez as crianças tenham bons conceitos e isso diz tudo. Existe a cola, a sorte etc. O melhor método para verificar se o jovem está aprendendo é pedir-lhe que dê uma rápida aula, com suas próprias palavras, sobre o que estudou.

Pouco adianta determinar e controlar o horário de estudo do jovem em casa. O mais importante é que aprenda e demonstre que aprendeu.

“Decoreba” não é aprendizado. A matéria fica na memória flutuante até ser descartada. Esse aprendizado é perecível, com um tempo de validade curtíssimo.

Os pais têm que ajudar o filho a organizar-se, desde o começo das aulas, observando o conteúdo das matérias que lhe são mais difíceis para que possa estudar um pouco mais e depois dar aquela “aula” aos pais, ao irmãozinho ou a qualquer outra pessoa. É impossível aprender num dia só, tudo o que não foi estudando durante um ou dois meses.

O mesmo texto às vezes é fácil para alguns e terrivelmente difícil para outros. Sua assimilação depende das aptidões individuais. Assim como o organismo tem facilidade para digerir certas comidas e dificuldade para digerir outras, a absorção da informação também varia conforme a capacidade de cada um, isto é, conforme a facilidade para compreender determinadas matérias e a dificuldade para assimilar outras. Conhecimento fácil é o que se adapta às aptidões da pessoa.

 PREPARANDO O DISCÍPULO

Para estudar, o indivíduo precisa ter um sentido de organização e a liberdade de fazê-lo ou não. Tendo decidido pelo sim, o passo seguinte é conseguir estudar, o que exige envolvimento pragmático e útil: responsabilidade, concentração e compromisso – virtudes que os pais tanto almejam para seus filhos.

No começo, os pais devem monitorar os filhos para que estes criem o costume e assim tenham condições de tomar a responsabilidade como sendo deles. O ponto fundamental em relação à disciplina do estudo é garantir aos filhos tempo e espaço, condições favoráveis para fazer a digestão da informação recebida em sala de aula. Mas ninguém, volto a dizer poderá digerir a informação por eles.

 LOCAL

Precisa haver uma mesa em que o aluno possa colocar seu material e principalmente apoiar os dois braços, para estudar sentado. O importante é que seja um ambiente ventilado e bem iluminado, o qual a criança possa ocupar pelo tempo necessário sem ser importunada.  Podem ser bons os resultados práticos obtidos por famílias com mais de um filho, em que todos estudam no mesmo horário.

Estudar sozinho no quarto talvez não seja uma boa estratégia. O filho pode distrair-se, perder tempo demais com uma única matéria, ficar rabiscando ou dar importância em excesso aos desenhos, em vez de prestar atenção ao texto principal. Até que desenvolva um método de estudo, os pais devem acompanhá-lo para evitar que adquira esses pequenos vícios. Mas insisto no seguinte ponto: isso não significa que os pais devam fazer a lição pelo filho. Se assim proceder, fatalmente eles (pais e filhos) serão reprovados no sexto ano. É só estudando que se aprende a estudar.

 Horário

Não convém sobrecarregar a agenda diária do filho com várias atividades, nem deixar o horário muito solto.

Não há dúvida que atividades em excesso podem prejudicar o estudante, comprometendo seu rendimento.

 Ritmo biológico

É preciso perceber o tempo de rendimento máximo do seu filho para programar intervalos e administrar melhor o horário. Cada pessoa tem seu ritmo biológico. Uns rendem mais ao cair da tarde, outros pela manhã. Em geral, os alunos escolhem para estudar a matéria mais fácil nas horas em que mais rendem. Isso precisa ser mudado. A matéria mais difícil deve ser vista nesse horário. A fácil não exige uma hora específica.

Quando o rendimento começa a cair muito, está na hora de parar, levantar o corpo da cadeira, beber água, dar uma olhada na janela, brincar com o cachorro, realizar outras atividades que não tenham nada a ver com o estudo, mas que possam ser interrompidas dali a cinco ou dez minutos; porém, ele não poderá ligar a televisão. Se estiver passando um filme ou uma partida esportiva interessante, ele vai querer assistir ao programa até o fim e acabará deixando o estudo de lado.

Após o breve descanso, seu filho deve voltar a estudar a mesma matéria e passar para a outra só quando tiver terminado a anterior. Não convém interromper completamente o estudo na hora que ele se cansa, mas dar um recreio e voltar ao desafio, de modo a não criar o vício de largar projetos sempre que surgirem dificuldades.

Mesmo que não tenha lição de casa para fazer, a criança deve repassar as matérias dadas naquele dia. Mas não basta ler com os olhos, é bom ler em voz alta para os pais e fazer resumo oralmente, demonstrando a compreensão do conteúdo revisto.

Se os pais não tiverem método, os filhos deixarão de cumprir as suas obrigações. Até o sexto ano, ao menos, a criança ainda precisa de ajuda, portanto, os estudos também são da responsabilidade da família.

No lugar do filho repetir o que está escrito, os pais poderiam pedir que respondesse às questões com as próprias palavras, pois assim ajudariam a transformar informação em conhecimento. Com conhecimento, ele pode responder a qualquer pergunta. Com decoreba, não.

A disciplina para o estudo é uma conquista obtida por meio de um longo treino. O aluno deve organizar-se de modo a colocar o estudo como prioridade nos momentos certos. Como qualquer hábito adquirido por meio da disciplina, torna-se muito fácil aprender quando se adquire o hábito do estudo. Esse hábito acaba ajudando a pessoa a se organizar em sentido mais amplo.

Com o auxílio da disciplina, a criança gasta menos tempo estudando e ganha mais tempo para realizar outras atividades. Com o hábito do estudo, a performance melhora, e talvez não seja necessário repetir a leitura de um texto diversas vezes, pois o cérebro é disciplinado, mesmo em formação.

Baseado em: Tiba, Içami. Disciplina: o limite na medida certa. Novos paradigmas. / Ed. Ver. Atual. e ampliada. – São Paulo: Interage Editora, 2006.

 Turmas 2A & 2B

CONVERSANDO SOBRE A PUBERDADE

 

Como ajudá-los a ultrapassar esta fase?

Ao aproximar-se a puberdade é essencial informar as crianças, em devido tempo, da revolução fisiológica que o seu corpo vai sofrer. Quem estará mais bem habilitado para abordar a questão?

Embora hoje se fale da puberdade mais abertamente, os pais continuam a ser, na maior parte dos casos, os interlocutores privilegiados em matéria de educação sexual.

Os pais estão sem dúvida mais à vontade com os rapazes e as mães com as moças, mas esta não é uma regra sagrada. Apenas as afinidades e as relações de confiança são capazes de levar às confidências. Todos passamos por isto.

Manter a proximidade

Os pais podem ter tendência para esquecer que já passaram por uma situação idêntica. É preciso recordar que a adolescência é vivida num enorme estado de angústia. Os filhos devem por isso ser pacientemente acompanhados.

Hoje em dia, tanto as moças como os rapazes estão tornando-se púberes cada vez mais cedo. Isto leva a que a aparência do seu corpo nem sempre corresponda à realidade interior.

Os seus corpos de adulto podem fazer esquecer que são ainda crianças, criando frequentemente mal-entendidos responsáveis por numerosos problemas no seio da família.

Em certa altura da puberdade produz-se uma metamorfose do corpo muitas vezes pouco agradável. Os membros não crescem da mesma maneira e ao mesmo ritmo. Muitos jovens sentem-se, assim, muito mal dentro do seu novo corpo.

Esta desproporção do corpo tem efeitos incômodos, que o jovem é o primeiro a experimentar. É desastrado, deixa cair as coisas, esbarra nas portas…o que é aborrecido para toda a gente, mas sobretudo para ele.

É altura de os tranquilizar, explicando-lhes que o que está acontecer é esperado. Já aconteceu nas gerações anteriores e voltará a acontecer com os seus próprios filhos.

Dar tempo ao tempo

A perda de pontos de referência da criança surge de uma maneira brutal. O corpo modifica-se subitamente no curto espaço de um ou dois anos, período insuficiente para que um adolescente consiga adaptar-se às dimensões do seu novo corpo. Sente-se bizarro e suporta mal a situação. A única coisa a fazer é dar-lhe tempo para se habituar às suas novas medidas.

Na adolescência, rapazes e moças entram frequentemente em conflito com os adultos, revoltam-se, procuram afirmar-se. Afastam-se da família para criar outra: os amigos.

Este desejo de independência traduz uma busca de identidade própria indispensável à sua futura vida social. Durante estas fases os pais nunca devem renunciar ao seu papel de educadores. O adolescente tem necessidade de receber limites durante este difícil período da sua vida.

A puberdade dos pais

A puberdade, para além de angustiante para os rapazes e moças, é também um desafio para os pais. O segredo parece estar em agir com equilíbrio, verdade e bom-senso.

Como proceder

Banalizar e tornar positivos os acontecimentos. Uma mensagem serena favorece a boa aceitação de uma situação. A chegada da menstruação, por exemplo, não deve ser apresentada como um drama, mas como uma conquista de feminilidade e de fecundidade.

Responder sem vergonha nem hesitações. Contudo, se as perguntas não surgem, não receie provocá-las. Qualquer pretexto pode servir, como por exemplo, um programa de televisão sobre o parto, as regras, a esterilidade ou em quaisquer outras alturas propícias.

O que não deve fazer

Evitar as perguntas. Tente estar sempre disponível para responder a todas as perguntas dos seus filhos. Mesmo quando surgem num momento pouco conveniente.

Disfarçar as perguntas incômodas. Uma criança de 3 anos tem tanto direito a uma resposta como qualquer outra. É possível responder a perguntas em qualquer idade com total sinceridade. E, acalme-se, o adolescente não lhe vai exigir pormenores incômodos. Por isso, não entre em detalhes que ninguém lhe pediu.

Nunca mentir. Mentir destrói a confiança que possam ter em si. Já vai o tempo em que os bebês eram trazidos pela cegonha ou nasciam dentro de uma couve. Mesmo muito jovem, a criança tem direito à verdade, naturalmente com palavras ao seu alcance.

Não forçar-lhe. De uma maneira ou de outra, a criança está sempre a enviar-lhe mensagens, mesmo que o não saiba. Não é raro que um adolescente faça uma pergunta e não espere pela resposta completa. Em vez de ouvir, prefere ir para o computador, ou falar com alguém.

É, de resto, um fenômeno que acontece em qualquer idade. Embora este comportamento possa exasperar, mantenha a calma. Esta fuga inconsciente é um sinal para não insistir. O jovem já registrou o que lhe interessava e sabe que os pais estão abertos às suas perguntas. O objetivo foi alcançado.

 

 

 

2014-04-01T18:34:51+00:00 1 de abril de 2014|Categories: Ensino Fund.|Tags: , , |