2º Espaço Aberto no Ensino Fundamental

2º Espaço Aberto no Ensino Fundamental

No dia 27 de maio, tivemos o 2º Espaço Aberto em 2013 para as turmas do Ensino Fundamental (1A, 1B, 1C & 2A).

A reunião teve como foco principal esclarecer e responder as dúvidas das famílias sobre a dinâmica de avaliação e os objetivos pedagógicos específicos de cada turma, e fazer a entrega das atividades avaliadas e boletins do 1º período dos alunos.

Iniciamos com a apresentação de um vídeo sobre o trabalho da Escola da Ponte em Portugal, que traz em sua proposta alguns pressupostos e atividades desenvolvidos pela Catavento, especialmente as Assembleias.

Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=xzz4oDWVd6k

Após o vídeo, realizamos a leitura de um texto dedicado à Catavento por Bianca Mota, mãe de Isabella e Bernardo Mota.

“Hoje recebi o texto do anexo e no mesmo instante em que terminei de lê-lo senti a vontade de dedicá-lo à Catavento, pois, se eu tivesse que qualificar essa escola com um único atributo seria exatamente esse: corajosa! 
Fiquem com as palavras desse texto, com o meu carinho e a minha admiração pelo trabalho que desenvolvem.”

Bianca Mota

Mãe de Isabella e Bernardo Mota

Aprofundamos a discussão e encaminhamos o texto para reflexão das famílias:

2º ESPAÇO ABERTO – ENSINO FUNDAMENTAL

Data: 27 de maio de 2013
Horário: 17:45

17/04/2013 – O Globo
Artigo – Autonomia da escola
Marco Lucchesi

Levamos séculos para descobrir que a infância não é uma doença que ataca os seres humanos quando nascem, tão dependentes e incompletos se mostram. A criança não passaria de um adulto imperfeito, para o qual se devem ministrar remédios, que consistem em apressar-lhe o crescimento, mediante atribuição de tarefas e compromissos, que dissolvam a profunda poesia em que se move. Um crime de lesa-humanidade que se prolonga, infelizmente, sob diversas modalidades.

Leio o programa de uma escola que oferece, a meninos e meninas de 6 até 11 anos, aulas de economia e administração. E acrescenta uma gloriosa possibilidade de que se tornem milionários, dentro de vinte anos, ou quem sabe antes, através de “sólido projeto de educação financeira”. Não deixa de ser uma forma de considerar as crianças. Como se fossem um bônus do tesouro, um bom investimento a médio e longo prazo.

Existem, obviamente, propostas mais elaboradas com fins sociais e educativos, que merecem análise e discussão. Mas o problema é outro, no risco de uma escola que se transforma em agência de segunda classe, que já elabora seu projeto filosófico, toda de joelhos para o mercado, sem um programa de cooperação e liberdade, dissolvendo o território frágil da infância. Uma escola que, de modo geral, não propõe um livro de literatura, que não conhece atividades artísticas, além das acessórias para substituir uma eventual falta de aula, com alunos em permanente estado de competição, como se vivessem dentro da bolsa de valores, de olho no índice Bovespa, sem uma sombra de cortesia, sem o fóssil de um gesto solidário. Eis uma escola pronta a atender o projeto de meia-humanidade, em que desabam as dimensões lúdicas e afetivas, sem a urgente e necessária defesa dos sonhos.

Em certa escola pública assistimos a imposições de secretarias despreparadas, movidas pelo fetiche das estatísticas, dos índices trazidos por improvisados pedagogos, que empreendem uma guerra santa contra os “verdadeiros inimigos” da escola, que seriam justamente alunos e professores, que não colaboram no alcance das metas, como se a educação dependesse apenas do milagre da multiplicação dos peixes e dos formulários da burocracia, em detrimento da dignidade dos que trabalham nessa mesma escola, superando ásperos desafios, que os tecnocratas não poderão jamais avaliar, por absoluta incompetência.

Trata-se da defesa de uma escola autônoma, com um projeto amadurecido, robusto, sem favores e concessões, diante de vontades que apressem as crianças para fins não generosos, como se fossem bens flutuantes ou cifras eleitorais, que se pode usar sem grandes problemas.

Precisamos de uma escola de valores democráticos fundamentais, de uma escola corajosa, que ande, quando preciso, na contramão e favoreça o território de uma viva subjetividade.

Marco Lucchesi é escritor

“Trata-se da defesa de uma escola autônoma, com um projeto amadurecido, robusto, sem favores e concessões, diante de vontades que apressem as crianças para fins não generosos, como se fossem bens flutuantes ou cifras eleitorais, que se pode usar sem grandes problemas.
Precisamos de uma escola de valores democráticos fundamentais, de uma escola corajosa, que ande, quando preciso, na contramão e favoreça o território de uma viva subjetividade.”

 Marco Lucchesi

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2013-06-13T22:08:40+00:00 13 de junho de 2013|Categories: Ensino Fund., Reunião de Pais|Tags: , , |